Cuidado com os pregos frouxos que você confia.

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Você entregaria o seu carro para alguém que dirigi  mal fazer uma viagem com ele?

Confiaria o seu salário nas mãos de um consumidor compulsivo?

Teria coragem de sair de casa e deixar a porta aberta para qualquer um entrar?

Bom, acredito que se você tem um pouquinho de juízo na caixola a resposta dessas três perguntas foram: Não. Não. E não.

Acertei?

Pois bem, a gente não costuma confiar bens de valor a qualquer um, ralamos tanto para ter o salário no fim do mês, um carro/bicicleta/moto bacana ou uma casa confortável, que o mais esperado é que cuidemos muito bem de cada bem conquistado, o que não é nenhum problema, afinal, nada mais normal do que zelar pelos frutos dos nossos esforços. Mas, se temos esse zelo todo com os bens materiais que nos custam muita grana, suor e tempo, por que não dispensamos o mesmo cuidado com bens que de tão preciosos que são dinheiro nenhum no mundo consegue comprar.

A gente deixa a nossa autoestima à mercê da aprovação de outros indivíduos, pessoas que muitas vezes não conseguem enxergar as próprias belezas, imagina as lindezas que moram no outro. Somos tão tolos! Confiamos o bem-estar do nosso amor próprio a pessoas que não sabem amar a si mesmas.

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Imagina o prejuízo que estamos tendo por confiar coisas preciosas a pessoas e situações erradas. Já pensou nisso?

Eu e você muito provavelmente, já deixamos a nota de uma prova importante depender daquela revisada básica, feitas às pressas na noite anterior ao exame, cruzando os dedos e pedindo uma ajudinha a sorte para que o resultado não fosse tão catastrófico.

E no amor?

Nesse quesito conseguimos ser os mais ingênuos/irresponsáveis do mundo, confiamos o nosso coração a cada louco, o que explica o porquê  das estatísticas de corações partidos só aumentarem. Mas também né, a gente vacila muito! Vemos todos os sinais que a outra pessoa não está com a mínima disposição de cuidar dos sentimentos que entregamos a ela e mesmo assim insistimos, e no fim nos tornamos apenas mais um caso, nas estatísticas de relacionamentos falidos e na lista de “ex-alguma coisa” de alguém.

Vacilamos até com a nossa saúde! Vamos deixando ela aos cuidados da automedicação e dos amigos médicos não-diplomados. Quando ficamos doentes continuamos a confiar a nossa vida à medicina do “É Só”: é só uma dorzinha, é só um resfriado, uma queda de pressão, um mal-estar sem importância. Somos mestres em negligência, não sabemos nem deixar a nossa própria saúde mais segura.

E o que dizer dos nossos sonhos?

Confiamos a concretização deles à alicerces construídos com material barato e mão de obra desqualificada, e quando o tempo passa não conseguimos enxergar nem um castelo de areia, imagina um sonho concretizado. É isso que dá sonhar sem propósito, é jovem querendo entrar na faculdade sem se quer estudar meia hora por dia, é corredor amador querendo virar maratonista mesmo não se dedicando aos treinos, assistente almejando assumir a gerência sem ao menos se esforçar para isso, é gente querendo ganhar o mundo sem primeiro juntar uns trocados para comprar uma boa mochila de aventureiro.

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É sempre bom lembrar, coisas importantes devem ser confiadas à locais seguros(confiadas, e não confinadas, ok?), se você  não deixa o seu carro dormir numa rua deserta, não coloca vaso de cristal em prateleira quebrada, também não confie os seus sonhos, a sua saúde, a sua autoestima, os seus sentimentos ou o resultado de uma prova importante à pura e completa sorte, pois essa aí é uma menina bipolar, num dia te trata bem e no outro te vira a cara. Tenha prudência, cuidado em quê ou em quem você deposita a sua confiança. Não seja mais um endividado maluco que confia o pagamento das  dívidas ao acerto dos números da loteria.

 

Nota que inspirou esse texto

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Oi, muito prazer. Juliana, jubs ou Ju. Fique à vontade.

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