Como se mata a saudade do que nunca se teve?

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Saudade.

Definir ela é complicado, traduzi-la é uma tarefa difícil, mas não senti-la é quase impossível.

Um sentimento de ousadia genuína, mesmo não tendo tradução para nenhum outro idioma, consegue estar em qualquer canto desse universo. Basta ter um coração dando sopa, isso já é o bastante para que ela bata na porta e entre sem pedir licença.

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Uma sensação causada pela ausência ou distância de algo ou alguém, um grande amor que se foi, a família que não vemos com a mesma frequência, a casa que moramos na infância. Saudade não é brincadeira não, até quando não devíamos senti-la, ela se faz presente para mostrar o seu poder e onipresença.

Já prestou atenção que a gente chega a sentir saudade de algo que nunca teve?

Loucura né? Chegamos a sentir saudade do momento que não aconteceu, da conversa não tida, do beijo não dado, da viagem de férias que nunca saiu, da carreira não seguida, do cachorro/gatinho que não adotamos.

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Temos  boas lembranças até de episódios que nunca aconteceram, mas mesmo assim pensamos em cada detalhe, começo, meio e fim de uma cena ensaiada no nosso subconsciente.

Saudade, oh bicha arretada viu!

Musa inspiradora de poetas, pintores e compositores, tornou-se o enredo de versos, poemas e músicas, obras que nos fazem chorar e sorrir. É reconfortante perceber que alguém conseguiu expressar em arte, num texto ou melodia a nossa saudade abstrata e singular.

Brava que só ela, quando chega de supetão deixa todo mundo de coração miúdo, deve ser por isso que  estamos sempre tentando mata-la.

Mas como se mata a saudade de algo que nunca tivemos, nem se quer experimentamos?

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Talvez, o certo seja que essa saudade  nunca morra, que ela permaneça sempre entre a gente, uma espécie de alerta, um letreiro impossível de ser ignorado com uma mensagem desconcertante: Não procure um colorido AZUL num passado PRETO e BRANCO.

Nota que inspirou esse texto:

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Oi, muito prazer. Juliana, jubs ou Ju. Fique à vontade.

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