Luto é coisa necessária.
Na despedida a morte deixou algo.
Olhou pros olhos lacrimejantes e enxergou o coração vazio, percebeu que não era justo deixar o outro naquela situação.
Deixou o luto, levou alguém.
Levou as piadas sem graça, a voz de todo dia, a presença.
Deixou a cadeira vazia, o quarto desocupado, as roupas no armário e o luto.
O que fazer com ele?
Chora. Nega. Desespera. Chora. Aceita.
Alguém se foi, outro alguém ficou. Vazio.
Com o luto.
Agora é com ele que o outro vai viver, ou melhor, conviver.
Viver pro luto é luta difícil, conviver é mais fácil.
Não menos doloroso, só mais saudável.
Um estranho chega, alguém querido se vai.
Logo esse desconhecido se torna a companhia mais confortável que se pode ter.
Ensina a preencher o vazio da perda com o amor da saudade.
Ele não é inimigo, nem amigo, só um bom companheiro.
A morte machuca, o luto consola.
Um é ponto final, o outro é a pausa pra pegar fôlego e seguir em frente.
Na dor não é bom dispensar pausa, rejeitar ajuda, ou negar o luto. Porque na partida a morte deixa algo, que nunca, NUNCA será tão valioso quanto o que ela levou, mas será necessário.
Nota que inspirou esse texto:
Nota: Na busca por referência para escrever encontrei um texto muito inspirador, esse texto foi o ponto de partida para conhecer o projeto “Vamos falar sobre o luto?” , que ajuda pessoas a lidar melhor com a perda delas, vale muito a pena conhecer, seja para te ajudar a enfrentar uma dor sua, ou para ajudar alguém próximo a você.