Homem negro ajustando a lente de uma câmera fotográfica com o automático desligado

Uma história sobre fotos no automático e pilotos nem tão automáticos assim.

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Quando tive aulas de fotografia ouvia a professora dizer, “desliga o automático!”, ela queria que a gente aprendesse a manusear o equipamento, lidar com a luz ambiente, entender qual era a configuração ideal para fazer a melhor foto nas condições que tínhamos. Naquela época eu pensava, “se o automático facilita as coisas, por que é errado usar ele?”.

Agora entendo que não é errado usar o automático, mas pode ser perigoso se a gente cair no vício de só usar ele, e no final não saber fazer a foto e nem mesmo viver se não for no automático.

As minhas aulas de fotografia são só um exemplo prático de como usar e fazer as coisas no automático pode ser mais fácil, mas também pode custar coisas muito valiosas, como a lembrança de uma viagem, o gosto do jantar, a pauta de uma reunião importante, e o que mais decidirmos deixar só por conta dele.

O piloto automático deve e pode ser usado, desde que não recorramos a ele em todas as situações. Ensinamos a solução de um problema ao nosso cérebro, e vamos treinando ele para que quando aquele problema surja novamente, a gente não se desgaste pensando em formas de resolver, pois já temos a solução pronta. Isso não é de todo ruim, é uma forma de economizarmos energia e tempo, para usar em outras atividades que demandem mais atenção.  Mas e quando o piloto automático comanda boa parte do nossos dias, como fica?

Como quase tudo na vida, o piloto automático tem seu lado bom e ruim, ele pode facilitar a execução de atividades do nosso dia a dia, como também pode tirar nossa capacidade de concentração e memória.

Quando entregamos tudo na mão do piloto automático deixamos de ter nossa atenção plena,  e os momentos que seriam importantes não são aproveitados e vividos conscientemente. Pois estamos presentes, mas também não estamos. Como se  vivêssemos em um mundo paralelo em que o corpo está executando alguma atividade no presente, mas a mente está navegando entre o passado e o futuro, e não consegue se concentrar no agora.

Deixando tudo por conta do piloto automático a gente corre o perigo de não tomar decisões de forma consciente, perdendo trechos de uma história importante, a vida da gente.

O que é vivido no automático é esquecido rapidamente, mas o que é vivido de forma plena, tende a deixar aprendizados e memórias. Ainda consigo lembrar dos gritos da professora do início desta história, “desliga o automático!”,  e aqui acrescentaria, sempre que for necessário desliga o piloto automático, e permita-se sentir, lidar e viver o mundo ao seu redor.

Nota que inspirou esse texto

Imagem destaque: Foto de JULIO NERY no Pexels

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