Você não foi um erro meu.

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Comecei a escrever sobre você e percebi que precisava falar sobre mim.
Não é sobre as vezes que você foi um cafajeste, é sobre como eu me senti com isso.
Não é pelo tapa que você me deu, é sobre como eu realmente acreditei que merecia aquilo.
Nunca foi a gente, sempre foi você me culpando por não está dando certo.

Era isso que eu chamava de relacionamento. Bom, até que era, mas era tóxico e estava acabando comigo aos poucos.  Agora entendo que sempre dei protagonismo a você, enquanto deveria priorizar a mim. Quando desabafava com as minhas amigas falava de você, enquanto deveria estar falando sobre como eu estava me sentindo, sobre as minhas angústias, os meus medos. Mas infelizmente só falava de você, e no fim, você saia inocentado e eu culpada por tudo que estava dando errado. Injusto, não?

Como eu não percebia o seu jogo, como fui cair nessa armadilha? Bem, isso eu realmente não sei, talvez estivesse cega por um sentimento que emulava o amor, mas nem de longe era. Pois você não foi uma desilusão amorosa, você não foi uma paixão. Você foi um erro, mas não um erro meu. E olha que costumo cometer grandes merdas!

Você é um erro bem mais grave, é o resultado de uma cultura que ensina que o homem tem licença poética para mentir e conquistar uma mulher, que ele pode “aconselhar” uma mina a vestir algo mais longo para evitar que os outros caras queiram se aproveitar dela. Você é um erro que sai por aí categorizando as mulheres que são para casar e as que são para curtir. Nossa! Quantas vezes ouvi você dizendo qual amiga minha “prestava” e “não prestava”, e eu ouvia aquilo calada, chegava até a concordar com os seus absurdos. Se eu não tivesse dado o fora, talvez agora estivesse mais bugada que você e seus pensamentos machistas e preconceituosos.

De você eu consegui me livrar, mas há tantos outros erros iguaizinhos ou piores que você, e isso é muito assustador. Convivo com alguns todos os dias, evito ao máximo me aproximar deles, mas felizmente não sou mais conivente com os erros como era na época que estava com você. Compro cada fight, discuto várias tretas sobre igualdade, mas confesso que prefiro muito mais os papos que tenho tido sobre o amor, cada dia fico mais apaixonada pelo tal do amor próprio, ele está me fazendo muito bem, ou melhor, eu estou me fazendo um bem danado. Todos os dias aprendo a me amar mais,  cada centímetro do meu corpo, cada sentimento novo, tenho vivido grandes descobertas comigo mesma, e isso é muito maravilhoso. Agora sei que se eu cometi algum erro, foi não ter começado essa história de amor antes.

Nota que inspirou esse texto:

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Oi, muito prazer. Juliana, jubs ou Ju. Fique à vontade.

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