mulher de máscara encarando a ironia de está em 2021 com cara de 2020

2020: A ironia do ano que terminou, mas não acabou.

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Spoiler: contém ironia além do título.

Sabe aquela máxima “o que passou passou, agora é bola pra frente”? Ela não se aplica para 2020, pelo menos não como gostaríamos. 2021 chegou cheio de vestígios do ano que passou, ainda estamos vivendo uma pandemia mundial, ainda estamos falando sobre o uso de máscaras e de como o distanciamento ainda é necessário. Mas para não dizer que ficamos na mesmice, também temos uma nova pauta, da vacinação e a sua eficácia, sei que esse assunto é tão 1796, mas parece que estamos na pegada retrô, sabe?

É tanto retrocesso atrás do outro que daqui há pouco chegamos na era das cavernas, quando o homem tinha medo de sair da toca, talvez aí as coisas melhorem. Vamos pensar positivo. Eita, até essa palavra ficou mais negativa em 2020, um resultado positivo, a apreensão do que poderia acontecer, e se não acontecesse nada estava liberado as festinhas, já que os anticorpos fazem milagres, dizem os influencers (risos).

A ironia de olhar pro calendário e ver que 1 ano se passou, mas a gente ainda está se adaptando, esquecendo a máscara ao sair de casa, e voltando às pressas envergonhados por esse pecado. Para os que não consideram esse esquecimento um pecado, a dívida social pode ser maior ainda (tentando embutir culpa, mas falhei miseravelmente, eu sei).

Quem não entendeu a necessidade de usar máscara esse tempo todo, não entenderá agora e talvez nunca. Mesmo quando chegarem os livros de história falando do que vivemos, e de como fomos  irresponsáveis e negacionistas, alguns ainda vão dizer que foi só uma gripezinha, que matou MILHÕES DE PESSOAS. E novamente seguiremos essa tendência retrô, do retrocesso de se apegar aos erros do passado contando a história apenas sobre uma perspectiva e com uns recortes meio duvidosos.

Em 2020 nos mantivemos conectados pela obrigação do trabalho, ou por acreditar que o entretenimento estava nas múltiplas telas, lives musicais, cursos infinitos ou no meme mais sem sentido que rendia risadas e o nosso momento de “não quero pensar em nada”. Mas a gente pensou, né? E umas bad vibes pegaram a gente real, se você passou ou está passando por isso, saiba que você não é um ET, somos apenas  pessoas  que estão vivendo na mesma época que uma PANDEMIA MUNDIAL, acho que tem até licença para surtar um pouquinho ou um bocado.

Para mim 2020 está com tanto status de “eu ainda estou no jogo, baby”, que aqui estou eu refletindo e escrevendo sobre ele em pleno 2021, e a impressão que dá é que o atual ano realmente está só se fantasiando de novo. Mas não é isso, e nós sabemos. A virada aconteceu, estamos em 2021 e a noite de 31.12.2020 não trouxe nada milagroso. Principalmente por aqui, nas terras da cloroquina, futebol e reality show, já passou 1 ano que essa tour começou e não estamos vendo previsões favoráveis para que ela termine tão cedo.

Hoje, olhando pra trás, consigo dar uma simbologia diferente a um episódio que aconteceu justamente na virada de 2019 para o fatídico ano de 2020. 

Eu e alguns amigos nos programamos para passar o réveillon na praia, assistir aos shows, ver os fogos, aglomerar (esse verbo nunca foi tão usado como agora). Mas antes da meia noite começou uma chuva bem forte, com direito a relâmpagos e trovões, o que nos levou a mudar os planos e passar a virada “protegidos” em casa. Justamente o local onde passaríamos a maior parte de 2020. Por ironia ou coincidência (ainda acredito que seja sinal, mas sou eu, você não precisa comprar essa teoria), parece que 2020 já chegou avisando “recolhe tudo e vai pra casa que a coisa vai ficar tensa”. 

Desde o começo 2020 mostrou que os planos estão aí para serem adaptados, porque nós só planejávamos virar 2019 e chegar a 2020, mas foi ele que revirou a gente de muitas formas. E se você passou por esse chacoalhão e saiu ileso, PELO AMOR DE (COLOQUE AQUI O QUE VC MAIS ACREDITA) ensina qual a receita, segredo milagroso, técnica ou sei lá o quê. A gente ama uns influencers mega sensatos que ensinam coisas gratiluz (risos ou lágrimas, a gosto da audiência).

Nota que inspirou esse texto

Imagem destaque: Foto de Anna Shvets no Pexels

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Oi, muito prazer. Juliana, jubs ou Ju. Fique à vontade.

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